"Tem uma origem comum a vários personagens clássicos da arte fantástica, um pesadelo de seu criador, assim como nasceram Drácula, Frankenstein, mr. Hyde e tantos outros. Ao contrário dos personagens criados até então, ele é totalmente brasileiro, em ambientação, caráter e raciocínios, não parece um conde europeu perdido por aqui. Segundo o cineasta (e cinéfilo) Carlos Reichenbach, trata-se de um dos dois grandes personagens trágicos do cinema brasileiro (o outro sendo Antônio das Mortes). É um dos únicos personagens brasileiros discutidos a sério (e sem exotismo) pela crítica cinematográfica estrangeira, pelo menos a voltada ao cinema fantástico. Também é personagem de gibis, livros, capas de disco (como a do segundo LP de Zé Ramalho, de 1980) e músicas (só do Sepultura são duas: Rathamatta e a já citada Prelúdio)."
Texto de Carlos Thomaz Albornoz, AQUI
"Mojica criou escola: seu horror é genuíno e influenciado pela cultura cabocla, pelas lendas e superstições brasileiras. A base de seu horror é o grotesco levado ao extremo, ou seja, aquilo que causa, em gradações tensas de aversão, um efeito repulsivo. Esta é a marca do cinema autoral de Mojica. Esse horror grotesco extremado e autoral é calcado em estratégias discursivas que fazem de seu cinema um conjunto de enunciados fundados em um estilo inusitado e particular, edificado por um enunciador preocupado em engendrar uma estética que, se de um lado desequilibra e desestrutura o modo do cinema em conceber as narrativas, por outro, procura inovar pelo viés do experimentalismo radical de sua obra."
Texto de Odair José Moreira da Silva, AQUI
"O foco de tantas críticas na pobreza de recursos técnicos não explica e nem consegue conceber a riqueza e sutileza com que o diretor aborda os dilemas morais do protagonista. Tais dilemas éticos apontam para o dilema estético, enfrentado como poucos por Mojica, ao representar a amoralidade, ainda que do ponto de vista de uma moral (católica, brasileira, etc.). A riqueza de possibilidades colocada por essas questões desdobra-se de formas múltiplas nos diversos filmes protagonizados por Zé do Caixão, desafiando nossa capacidade interpretativa. Ao mesmo tempo, essas múltiplas histórias inspiram nossa imaginação e perpetuam o coveiro no nosso imaginário."
Texto de Marko Monteiro, AQUI
Site Oficial de Zé do Caixão, AQUI
Saiba Mais sobre a obra de José Mojica Marins, AQUI e AQUI
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